REESTRUTURAÇÃO

FAB cria Pró-Reitoria de ensino em substituição ao CIEAR

A partir de hoje, acompanhe a série especial sobre Reestruturação do Ensino na FAB
Publicada em: 18/07/2017 17:00
Imprimir
Fonte: Agência Força Aérea, por Aspirante Raquel Timponi

Em entrevista, Ten Cel Estela fala sobre principais mudanças do CIEAR Como parte das medidas na reestruturação do ensino da FAB, após diretrizes emanadas pela Diretoria do Ensino (DIRENS), no final de 2016, a Força Aérea Brasileira (FAB) está em processo de criação da Pró-Reitoria de Ensino Especializado e Idiomas (PROEEI), que irá substituir o Centro de Instrução Especializada da Aeronáutica (CIEAR).

Como principais atribuições, uma Coordenadoria Acadêmica agora fica responsável por quatro setores que vão fazer o planejamento, a execução, a avaliação de todos os cursos e os processos de ensino, além de um setor de idiomas, que será responsável por pensar, elaborar materiais didáticos e acompanhar o processo de ensino de idiomas nas escolas.

A atual Comandante do CIEAR, que irá assumir o cargo da Pró-Reitoria, Tenente-Coronel Estela de Magalhães Ambrosio Perez, justifica a necessidade da migração do Centro para uma Pró-Reitoria. “Essa transformação significa o acompanhamento da estrutura da Força para se adequar às necessidades da estrutura acadêmica, determinada pelo MEC”, complementa.

Criação de Pró-reitoria prevê conquistas para a universidade

Atendendo ao requisito de reestruturação do ensino, a Universidade da Força Aérea (UNIFA) agora conta com duas Vice-Reitorias para tratar de cursos militares, e outra acadêmica, com foco na pesquisa. A Pró-Reitoria também surgirá para dar subsídio a essa estrutura e faz parte de um maior reconhecimento legal enquanto universidade.

A medida da reestruturação do ensino ocasionou a centralização das unidades administrativas e trouxe vantagens, uma vez que permitiu que a Pró-Reitoria pudesse dar foco específico à atividade principal: fornecer cursos de ensino especializado, atendendo a demandas específicas da FAB.

A PROEEI mantém o plano pedagógico dos cursos já existentes. Os atuais cursos, até então oferecidos pelo CIEAR, são cursos livres, que não têm equiparação a um curso de especialização ou de extensão universitária, sem validação para efeito do Ministério da Educação. O principal objetivo dos cursos oferecidos é a capacitação e qualificação profissional. Porém, dos 25 cursos atualmente oferecidos, como Medicina Aeroespacial, Educação Física, Ensino, Direito Aeronáutico, Direito Internacional Humanitário, vários serão transferidos para o Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica (CIAAR), localizado em Belo Horizonte (MG).

Atualmente a maioria dos cursos de curta duração do CIEAR é presencial. Apenas dois cursos na área de ensino são semi-presenciais e os cursos de idiomas, ponto forte do Centro, que ocorrem à distância.

Os cursos semi-presenciais irão para o CIAAR posteriormente, pois, por serem cursos na área de ensino, dependem de expertises de pedagogia, de tecnologia e de salas para tutores atuarem, o que justifica a necessidade de um tempo maior para a transferência. Já os cursos presenciais não sofrem alteração na carga horária ou na metodologia, uma vez que passaram por recente revisão curricular, em 2014 e 2015, e ainda colhem os frutos dessa revisão.

Por fim, ainda nessa modificação, os cursos de idiomas permanecem sob a responsabilidade da PROEEI indefinidamente. O CIEAR já possui tradicionalmente corpo docente qualificado de professores de inglês e espanhol, além de condições técnicas para ministrar os cursos de línguas, como estrutura de sala já montada, espaço para tutores, geração de mídia, de áudios e vídeos já preparado para o ensino à distância e em utilização.

Cursos listados para o processo de transferência

Vários cursos serão tranferidos para outra unidade; exceto os de língua estrangeiraSegundo avalia a Tenente-Coronel Estela, apenas alguns cursos de curta duração irão permanecer definitivamente na PROEEI. “Ficarão conosco os cursos de Educação Física – pelo fato de a Comissão de Desportos estar localizada na área da UNIFA –; o Curso de Comando da Força Aérea Brasileira, de alunos da ECEMAR, realizado durante duas semanas para assunção de comandos em unidades militares; o Curso de Preparação de Instrutores, para atender à demanda da ECEMAR; Cursos de curta duração para a  Escola do Comando e para a Escola de Aperfeiçoamento, e o Curso de Adaptação ao Idioma e à Cultura Brasileira – para atender aos estrangeiros que vêm fazer cursos nas escolas do campus na UNIFA. Esses serão os que ficarão sob a responsabilidade do PROEEI, ao longo do tempo”, informou.

No processo de transferência, em 2017, alguns cursos já migraram para Belo Horizonte. Porém o CIEAR está realizando o acompanhamento e levando toda a expertise para lá, o que significa que não haverá perda na qualidade. Os Cursos de Medicina Aeroespacial, de Administração de Pessoal (do COMGEP), e parte do Curso de Instrutor de Doutrina Militar já estão sendo ministrados na unidade do CIAAR. “O planejamento da transferência prevê que, em 2020, os últimos cursos de Polícia Judiciária e de Direito Internacional de Conflitos Armados finalizem o processo de mudança para uma nova unidade”, contextualiza a Oficial.

Novidade metodológica no ensino de inglês nas escolas AFA e EPCAR

O interesse da FAB da melhoria no conhecimento de seu efetivo pode ser aplicado também nas escolas de formação base. O ainda CIEAR recentemente assumiu a responsabilidade do ensino de idiomas também nas escolas de formação. Neste sentido, a Academia da Força Aérea (AFA) e a Escola Preparatória de Cadetes do Ar (EPCAR) estão implementando uma nova metodologia de ensino presencial da língua inglesa de sete anos, o que irá permitir, no futuro, melhor comunicação escrita e oral no trato com autoridades de forças aéreas estrangeiras, por exemplo. O objetivo é dar subsídio processual para essas mudanças, e buscar que os militares de carreira atinjam níveis preconizados pelo Marco Comum Europeu de Referência para Línguas (MCER), padrão internacional de qualidade.

“Trabalhamos no planejamento e na nova estrutura de formação continuada de sete anos de estudo de idioma, iniciando, gradualmente, com três anos na EPCAR, de Barbacena (MG), e terminando nos últimos quatro anos, na AFA, em Pirassununga (SP). O diferencial da metodologia é a capacidade do aluno que vamos trabalhar para que, ao final do curso, o aluno seja fluente em língua inglesa, de acordo com os parâmetros e com as normas de língua inglesa estabelecidas”, revela.

A finalidade do curso é fazer com que o oficial, ao final dos sete anos, seja capaz de se expressar nas quatro modalidades linguísticas, estabelecidas pelo Marco Comum Europeu. "Segundo estudo realizado, após o período extenso do curso, estatisticamente haverá pouca perda linguística, o que contribuirá para a formação continuada, de maneira a utilizar esse conhecimento em posteriores trabalhos monográficos da EAOAR, ECEMAR, mestrado profissional ou utilizado em missões no exterior", finaliza.

Leia amanhã a reportagem especial sobre reestruturação do ensino e principais mudanças na Escola de Comando e Estado Maior da Aeronáutica (ECEMAR).

Fotos: Cabo Feitosa e Sgt Johnson/ Agência Força Aérea