LAAD 2017

FAB apresenta Programa Estratégico de Sistemas Espaciais na feira

Economia de recursos e controle das informações são aspectos considerados para implantação do programa
Publicada em: 03/04/2017 10:01
Imprimir
Fonte: Agência Força Aérea, por Tenente Emília Maria

Entre os projetos da FAB presentes na 11ª edição da LAAD está o Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE), que prevê desde a implantação de uma constelação de satélites para atender a diversas demandas da nação brasileira até a infraestrutura de controle e de operação. A feira ocorre de 4 e 7 de abril no Riocentro, no Rio de Janeiro.

“O PESE ainda está em uma fase inicial, mas entendemos que é fundamental não apenas para a Força Aérea, mas para o Brasil como um todo. O uso de satélites é nossa missão dentro da Estratégia Nacional de Defesa”, explica o Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Nivaldo Luiz Rossato.

Segundo o vice-presidente executivo da Comissão de Coordenação e Implantação dos Sistemas Espaciais (CCISE), Coronel José Vagner Vital, o PESE é a concretização da Estratégia Nacional de Defesa para o setor espacial. O programa especifica como a Defesa usa o espaço pra atingir seus objetivos e como pode ser usado pela sociedade como um todo para gerar economia. “O mesmo satélite pode ter vários usos, como para defesa, agricultura, zoneamento, controle de cidades ou segurança pública, por exemplo. Não tem sentido lançar um satélite dedicado a apenas uma aplicação”, ressalta.

Assim, todo o programa é pensado de forma dual – envolvendo necessidades das Forças Armadas e de órgãos públicos civis – e conjunta, realizado sob supervisão do Estado-Maior da Aeronáutica e em estreita coordenação com o Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, o Estado-Maior da Armada e o Estado-Maior do Exército.

Coronel Vital é vice-presidente executivo da CCISEA economia de recursos é um dos aspectos considerados na implantação do programa. De acordo com o Coronel Vital, em 2014, só em aquisição de imagens foram gastos cerca de R$ 83 milhões por órgãos públicos. A estimativa é que uma imagem pela qual se paga hoje cerca de 14 dólares poderia passar a custar a metade disso com o uso de satélites próprios. Atualmente, os ministérios compram imagens de empresas estrangeiras, com pouco retorno para o parque industrial brasileiro, além do custo mais alto.

“Mas a ideia não é só pagar menos, é criar condições para que pequenos e médios empreendedores também participem do espaço e criem uma economia que gere dinheiro”, diz o Coronel. “Fizemos um estudo de viabilidade de empreendimentos, em 2012, que motivou a ação orçamentária do PESE. Nesse estudo foram considerados apenas os satélites de órbita baixa e verificamos que existe uma transversalidade, ou seja, todos os ministérios se beneficiavam de alguma forma desses satélites”, completa.

Com o estudo, chegou-se à conclusão de que investindo cerca de R$ 8 bilhões em 9 anos, o retorno seria de cerca de R$ 12 bilhões em 17 anos. “O retorno viria por meio do melhor controle das fronteiras, reduzindo gastos e perdas com segurança pública e controle do desmatamento, por exemplo. Em termos de empregos diretos e indiretos, estimamos que ficaria em torno de 870 mil empregos gerados”, contabiliza o Coronel.

O PESE será concretizado por meio do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC). O Coronel Vital acredita que o SGDC vai trazer retornos concretos a curto prazo e possibilitará novos passos.

“Com o SGDC as pessoas vão passar a entender coisas mais complexas e a ter a noção do que é caro ou barato e da importância dos investimentos. Ao utilizar e perceber nos seus próprios negócios e atividades o ganho operacional, as pessoas vão compreender que é mais barato investir na compra de satélites do que continuar mantendo o modelo anterior de compras isoladas”, finaliza.

 Amanhã você conhece os projetos estratégicos Gripen NG e KC-390.