LAAD 2017

FAB apresenta software usado para analisar desempenho de voo e de armamentos

Programa é utilizado na formação de pilotos e atiradores de defesa antiaérea
Publicada em: 28/03/2017 08:00
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Fonte: Agência Força Aérea, por Ten Jussara Peccini

Um dos produtos apresentados pela Força Aérea Brasileira (FAB) na 11ª edição da maior feira de segurança e defesa da América Latina é o Planejador de Missões Aéreas (PMA). O software, desenvolvido pelos pesquisadores do Instituto de Estudos Avançados (IEAV), é utilizado pelos esquadrões de voo da FAB, incluindo a Esquadrilha da Fumaça, na formação de cadetes da Academia da Força Aérea (AFA), e pelos grupos de defesa antiaérea para mensurar o desempenho de atiradores de defesa antiaérea.

O programa foi desenvolvido para apoiar o piloto militar no planejamento da navegação aérea, executando tarefas básicas, como exibir uma carta de navegação, traçar rota sobre a carta escolhida, calcular tempo e combustível.

“É uma atividade fundamental para orientar o piloto no voo que pretende realizar”, avalia um dos engenheiros envolvidos no desenvolvimento do projeto, Tenente Davison Santos. Também é possível inserir dados para planejar atividades mais complexas, como o emprego de armamentos aéreo e antiaéreo.

Veja abaixo o vídeo demonstração do programa.

Gerente do projeto destaca agilidade no planejamento de voosDe acordo com a gerente do projeto, Marcia Aquino, uma das principais vantagens do programa é reduzir o tempo gasto pela tripulação para executar o planejamento de uma missão aérea. “O que antes era feito sobre mapas, com cálculos manuais, levava horas. Agora pode ser feito em minutos”, relata a gerente.

Os recursos do programa também podem ser usados como uma ferramenta de integração, em exercícios operacionais nacionais ou internacionais, como a Cruzex, e em operações do Ministério da Defesa, como a Ágata. “É possível visualizar os planejamentos de voo de várias aeronaves de uma única vez para verificar se ocorre algum conflito e, posteriormente, é usado no debriefing para explicar como foi o treinamento”, exemplifica.

Instrução aérea - Desde o ano passado, o programa é utilizado pelo Primeiro Esquadrão de Instrução Aérea (1º EIA), com objetivo de familiarizar os cadetes aviadores do quarto ano da Academia da Força Aérea (AFA) com o programa. Segundo o comandante do esquadrão, Major José Rafael Firens, o uso em missões de navegação de baixa altura tem fins doutrinários. “Quanto mais cedo o piloto tiver acesso a uma ferramenta que vai usar melhor”, afirma.

Modular, o programa é versátil para atender as demandas da FABDefesa antiaérea - O módulo que atende a defesa antiaérea da FAB foi desenvolvido a partir da cooperação entre o IEAV e o Terceiro Grupo de Defesa Antiaérea (3º GDAE), localizado em Anápolis (GO), e está em uso há cerca de nove meses. “É um salto grande com relação à metodologia e o desempenho”, avalia o comandante da unidade, Major Flávio Schiatti.

Os dados captados por sensores instalados em um míssil inerte (mockup) usado para treinamentos e os dados das aeronaves são inseridos no programa que efetua o cruzamento de dados e apresenta a trajetória do tiro e de voo. Os registros permitem visualizar na tela a efetivação ou não dos acertos, o que leva a uma melhora na análise.

Demonstrações aéreas – Na Esquadrilha da Fumaça, o programa está em uso desde 2015, quando o grupo implantou uma nova aeronave para as demonstrações aéreas. Segundo o Chefe da Navegação da Esquadrilha da Fumaça, Capitão Nilson Rafael Oliveira Gasparelo, responsável por planejar os deslocamentos do grupo, o software gera significativa economia de tempo nesta atividade. “Fizemos deslocamentos com sete a nove aeronaves. O tempo de planejamento para essas missões duravam até dois dias. Hoje, fizemos em até duas horas”, relata.

O recurso também converte os dados de voo (velocidade, altura, giro, etc) do A-29 Super Tucano em imagens 2D e 3 D. A visualização das manobras contribuiu nos ajustes de tempos para os posicionamentos dos aviões.

Na reportagem de amanhã, você vai conhecer mais detalhadamente outros projetos como os turborreatores nacionais.