SEGURANÇA DE VOO

SERIPA V forma 26 novos agentes para a prevenção aeroagrícola no RS

Profissionais estão aptos para atuar na atividade de prevenção em suas organizações
Publicada em: 10/08/2016 07:00
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Fonte: SERIPA V, por Neli Trindade

O Quinto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA V), em Canoas (RS), formou 26 profissionais no curso de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos – Aeroagrícola. Ao concluírem o curso, realizado entre 25 de julho e 05 de agosto, os novos agentes receberam a certificação de `Elemento Credenciado´ pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA).

Os profissionais estão aptos para atuar na atividade de prevenção em suas organizações de origem. Participaram pilotos, gestores de segurança, proprietários de empresas, militares da aeronáutica, agência reguladora e outros profissionais discutiram assuntos relacionados à segurança de voo.

Para o Chefe do Quinto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA V), Tenente-Coronel Aviador Luís Renato Horta de Castro, o curso atingiu as expectativas em relação ao conteúdo e à participação do grupo. “Quando se fala em prevenção é imprescindível planejar, definir rotinas padronizadas, conhecer as estatísticas de sua atividade fim, e, sobretudo, treinar continuamente todos os colaboradores da empresa de forma a sedimentar a cultura da prevenção”, afirmou.

O evento desenvolvido pelo SERIPA V tem por objetivo fortalecer a filosofia do Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SIPAER) para a comunidade aeroagrícola. Nas palestras foram abordados temas e recomendações relevantes em segurança de voo, por profissionais experientes da área, destacando a prevenção como a principal ferramenta na mitigação de ocorrências aeronáuticas.

Durante o curso foram realizadas atividades práticas como a Vistoria de Segurança de Voo, que aconteceu na empresa Taguató Aviação Agrícola, distante 74 quilômetros da capital gaúcha. Os alunos também conheceram o Relatório de Prevenção (RELPREV) e o Relatório ao CENIPA de Segurança de Voo (RCSV), ambas ferramentas simples e eficazes na prevenção.


Destaque - Piloto e proprietário da empresa Taim Aeroagrícola, Alan Sejer Poulsen, de Pelotas (RS), na aviação desde 1972, com mais de 15 mil horas de voo, deu nota dez para o ciclo de palestras. “Devia ter feito esse curso bem antes para entender o real sentido da prevenção. Sabemos o que é Segurança de Voo, no entanto, o ser humano negligencia, porque quanto mais se sente seguro mais acredita que nada lhe acontecerá. É preciso calcular o risco sempre”, declarou.

O Coronel Hilmer Enrique Hermida, piloto de caça com 3.500 horas de voo, está há 18 meses no Brasil, no cargo de Adido da Força Aérea de Honduras, em Brasília, e deverá permanecer até o final de 2016. O militar é o primeiro estrangeiro a participar do curso e aposta no conhecimento para adquirir novas competências. “O curso é relevante para a segurança da atividade aeroagrícola, diz o Coronel, que acrescenta: “O aviador nunca deixa de aprender. Quanto mais ele aprende, mais vive. ”

“Antes do curso, prevenção era simplesmente cumprir com o controle de horas da manutenção. Por atuar em outro segmento do Serviço Aéreo Especializado não tinha a menor ideia de como era feita a pulverização aeroagrícola. Com o curso, entendi novos conceitos para utilizar no dia a dia da aviação, e quero estar preparado para os desafios do mercado heliagrícola”, afirmou o piloto de helicóptero, Paulo Roberto Henriques, de São Paulo, com 2.500 horas de voo.

A única mulher a participar do curso, a piloto e instrutora do Aeroclube de Carazinho (RS), Nathalie Costa Porto, possui 1.500 horas de voo e oito anos de experiência na aviação. “As palestras foram focadas nos problemas da Aviação Agrícola, que exigem atenção especial. A abordagem prática do curso é muito interessante, porque muda a visão teórica ao trabalhar direto com a realidade. Os exercícios contribuem para refletir sobre a operação aérea que se pratica”, destacou.

O curso foi criado em 2009, por um grupo de especialistas do SERIPA V. Há dois anos obteve a homologação e passou a fazer parte do Programa de Capacitação Anual do CENIPA. É aberto à comunidade de Aviação Agrícola, que tem por objetivo difundir melhorias na Segurança de Voo do segmento.