RIO 2016

FAB apoia o Tiro com Arco na Olimpíada

Dos seis atletas que compõem as equipes masculina e feminina, cinco são sargentos da Aeronáutica
Publicada em: 27/07/2016 10:00
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Fonte: Agência Força Aérea, por Ten Gabrielli Dala Vechia

www.fab.mil.br/rio2016

Para quem olha de fora, a modalidade olímpica de Tiro com Arco pode parecer fácil. Mas, a cada vez que puxa a corda, o atleta precisa fazer força equivalente a um peso de 19Kg. E, em um dia de treinamento, o movimento é repetido em torno de 350 vezes. A flecha, que se desloca em uma velocidade de 240Km/h, precisa atingir o alvo, preferencialmente o centro, identificado pelo número 10, a 70m de distância.

O Brasil irá competir na Olimpíada nas categorias de equipe, masculino e feminino, e individual. Dos seis atletas selecionados para compor o time, três mulheres e três homens, cinco são sargentos da Força Aérea Brasileira: Daniel Xavier, Bernardo Oliveira, Marcus Vinícius D´Almeida, Sarah Nikitin e Marina Canetta. A sexta integrante é Ane Marcelle Gomes dos Santos, civil.

A FAB é a única das três forças a apoiar o Tiro com Arco. Para os arqueiros, como são chamados, ingressar no programa de atletas de alto rendimento da Aeronáutica foi a oportunidade de poder se profissionalizar.

A Sargento Sarah Nikitin, 27, é natural de Osasco, no interior de São Paulo, e está na FAB desde a primeira turma de atletas incorporados, no início de 2014, mesmo ano em que participou dos Jogos Mundiais Militares. Pratica o esporte desde os 14 anos, quando o descobriu por acaso, em uma revista, e se interessou.

Ela conta que estar na Força dá estabilidade ao atleta e garante que ele possa se dedicar ao treinamento em tempo integral. "Antes eu trabalhava, estudava e treinava. Com essa rotina, não tinha como me dedicar totalmente e competir com atletas profissionais", afirma. A militar explica que o apoio da FAB veio a se somar a um projeto de profissionalização encabeçado pelo Comitê Olímpico Brasileiro, a Confederação Brasileira de Tiro com Arco e o órgão máximo da modalidade no mundo, o Word Archy. O programa, chamado Master Plan, objetivou fomentar o esporte no Brasil, "visto que sediaria a Olimpíada e até então não tinha arqueiros de expressão", afirma ela.

A Sargento Marina Canetta, 27, paulista, também começou no esporte por acaso: foi até o parque Ibirapuera para ter aulas de esgrima, mas não encontrou a sala correta, e acabou caindo em uma aula de Tiro com Arco. Nunca mais largou. Ela afirma que, desde janeiro deste ano, divide com as colegas de time um quarto nas dependências da Comissão de Desportos do Exército (CDE), na Urca, onde treinam seis dias por semana. "Pela manhã temos tiro e, em seguida, treinamento físico. À tarde, tiro novamente e, à noite, sessões com piscólogos ou fisioterapeutas", explica.

Em relação à Olimpíada, a sargento é otimista. "Temos possibilidades de resultado que nunca tivemos antes, nossa equipe cresceu muito. Acho muito factível termos uma boa colocação", avalia.

Dos seis arqueiros do Time Brasil, o Sargento Daniel Xavier é o mais experiente. Praticante do esporte desde que tinha 11 anos, a exemplo do pai, ele chega aos 34 indo para a sua segunda Olimpíada. Com apenas um ano de treinamento profissional, ele conseguiu índice olímpico para competir em Londres. Na última edição dos Jogos Mundiais Militares ficou em 4º lugar.

O Sargento, que é mineiro e trabalhava como médico veterinário, afirma que o apoio da FAB é importante porque "deu condições de desistir de uma profissão já consolidada e investir em um sonho", afirma.

Ele conta que a equipe vem conseguindo boas colocações, como o 4º lugar na copa do mundo e o bronze nos Jogos Pan-Americanos de Toronto. "Nossa meta é lutar pela medalha por equipes; estamos tendo bons resultados nas últimas competições e agora, na Olimpíada, ainda poderemos contar com o apoio da torcida, que faz muita diferença", diz o Sargento Xavier.

O atleta mais novo da equipe é o Sargento Marcus Vinícius D´Almeida, com apenas 18 anos. Aos 12 ele começou em um projeto que oferecia aulas de Tiro com Arco na cidade de Maricá, a duas horas da capital fluminense. Aos 14, passou a ingressar a seleção brasileira e, ao atingir a maioridade, se prepara para sua primeira Olimpíada.


O Sargento D´Almeida acredita que manter-se calmo e frio, sem perder o foco, é a chave para um bom resultado. "Quando estiver no Sambódromo da Sapucaí, onde vão acontecer as provas de Tiro com Arco, espero fazer exatamente o que faço nos treinos. E me divertir. Foi muito tempo e esforço para chegarmos até aquele momento, precisamos aproveitar", afirma.

O terceiro atleta da equipe é o brasiliense Bernardo Oliveira. Desde o início do ano, ele trancou a faculdade de engenharia mecânica na Universidade de Brasília (UnB) e se mudou para o Rio para se dedicar aos treinos.

O sargento explica que, mais do que força e precisão na mira, o sucesso no Tiro com Arco depende de equilíbrio. "Trabalhamos com movimentos precisos, enquanto certas partes do corpo têm que estar tensas, outras precisam estar muito relaxadas", avalia.


Saiba mais sobre a participação da FAB nas Olímpiadas.

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