ESPAÇO AÉREO

Aeronaves remotamente pilotadas passam por testes para inspeção em voo

O Comitê RPAS do Departamento de Controle do Espaço Aéreo está coordenando as atividades
Publicada em: 11/07/2016 08:30
Imprimir
Fonte: ASCOM DECEA, por Gisele Bastos
Edição: Agência Força Aérea, por Ten Evellyn Abelha

O Comitê RPAS do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) coordenou o teste para análise inicial da implementação de sistemas de aeronaves remotamente pilotadas (RPAS) na atividade de inspeção em voo de auxílios visuais. O teste foi realizado na Academia da Força Aérea (AFA), localizada em Pirassununga - interior de São Paulo - no dia 26 de junho.

Foram realizados voos com RPAS de asa fixa e de asa rotativa para avaliar as necessidades operacionais e técnicas que precisam ser desenvolvidas para a utilização do equipamento nesse tipo de atividade. Também foram coletados dados acerca da detecção visual e por radar secundário do RPAS. A avaliação técnica preliminar mostrou a necessidade de ajustes de enlace, qualidade da imagem e da capacidade da câmera.

A utilização dessas aeronaves na inspeção em voo é um experimento operacional e faz parte do Projeto de Integração RPAS. O objetivo é prover o DECEA com dados qualitativos e quantitativos – com embasamento científico –, que tornem exequível possíveis adequações à regulamentação da atividade de RPAS no Brasil. Outro ponto é o fomento à indústria nacional desse novo segmento aeronáutico.

De acordo com coordenador do Comitê RPAS do DECEA, Capitão Leonardo André Haberfeld Maia, “esses testes embasarão as decisões do Departamento para alteração da regulamentação, no sentido de atender às carências operacionais dos clientes de RPAS de forma coordenada e segura para os usuários do espaço aéreo”.

O DECEA tem recebido várias sugestões sobre parâmetros como, por exemplo, distância VLOS (Linha Visual de Operações à Vista) e prazo para solicitação. Apenas a solicitação dos usuários, no entanto, não torna justificável a modificação da legislação. A realização destes testes trará respaldo para alteração de eventuais itens na regulamentação.

A ideia é que futuramente sejam fornecidas autorizações de voos de RPA sem a necessidade de análise do impacto ATM (gerenciamento de tráfego aéreo) para cada voo. O Comitê RPAS do DECEA está em contato com empresas nacionais que queiram atuar como parceiras no projeto, por intermédio de carta de cooperação, em conjunto com o Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA).

A parceria está restrita a empréstimos de equipamentos e estruturas para a realização dos testes, sem repasse de recursos financeiros e/ou direitos intelectuais.

O teste realizado na AFA contou com a participação de vários setores do DECEA, entre eles o Subdepartamento de Operações (SDOP) - responsável pelos testes; Subdepartamento Técnico (SDTE) - encarregado da análise e do delineamento técnico; e Divisão de Pesquisa do Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA) - executor da coleta e da análise dos dados. O evento contou ainda com a parceria da empresa XMOBOTS, que cedeu os equipamentos RPAS para o teste.

Inspeção em Voo - Realizada pelo Grupo Especial de Inspeção em Voo (GEIV) - organização militar subordinada ao DECEA, a atividade de inspeção em voo tem a responsabilidade de verificar cerca de 900 auxílios à navegação aérea, aproximação e pouso.

Comitê RPAS DECEA - Coordenado pela Seção de Planejamento de Operações Militares do SDOP do DECEA, o Comitê RPAS é responsável pelo assessoramento técnico e a supervisão dos comitês regionais de RPAS nos Centros Integrados de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA I, II, II e IV) e no Serviço Regional de Proteção ao Voo de São Paulo (SRPV-SP).