SEGURANÇA DE VOO

SERIPA V promove debate sobre os riscos e perigos da atividade aérea

Evento reuniu 70 gestores de segurança operacional em Porto Alegre (RS)
Publicada em: 12/05/2016 09:40
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Fonte: SERIPA V, por Neli Trindade
Edição: Agência Força Aérea, por Ten Evellyn Abelha

  O Quinto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA V) reuniu cerca de 70 gestores de segurança operacional para debater os riscos e perigos da atividade aérea. O objetivo foi atualizar gestores e dirigentes de Provedores de Serviços de Aviação Civil (PSAC) sobre questões relacionadas à segurança operacional, além de alertar para a necessidade de adequar programas de segurança compatíveis com a realidade do operador.

Além do SERIPA V, participaram do debate a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), a TAM Linhas Aéreas e diversos segmentos da comunidade aeronáutica da Região Sul. O encontro foi realizado (06/05) no Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre (RS).

Debates - “A fiscalização com o advento do Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional (SGSO)” foi o tema apresentado pelo inspetor da ANAC especialista em Regulação, João Guilherme dos Santos Vidal. Ele evidenciou o papel da Agência Reguladora na fiscalização. “O gestor deve ser um inconformado em busca de solução para os problemas de segurança, identificando os riscos e perigos antes que o acidente aconteça”, afirmou.

O palestrante comparou a fiscalização de segurança operacional com o trabalho de detetive, por envolver conhecimento, subjetividade e sensibilidade. “Identificamos o funcionamento do sistema quando existe um gestor responsável e a frequência com que ele permanece na empresa; também observamos a existência do Manual de Segurança Operacional (MGSO), da biblioteca e do treinamento previsto”, revelou o inspetor.

  Em relação ao MGSO, os gestores foram alertados para a obrigatoriedade em cumprir o planejamento da empresa. Não é necessário criar uma série de atividades que nunca serão executadas, mas especificar apenas aquelas tarefas viáveis. “O SGSO não traz novos conceitos de segurança, mas constitui uma ferramenta gerencial imprescindível no dia a dia da empresa", disse o inspetor Vidal.

“Boas práticas na Gestão de Segurança Operacional” foi o tema abordado pelo Tenente-Coronel Aviador Luís Renato Horta de Castro, Chefe do SERIPA V, que destacou a importância de mapear as situações de risco que afetam a segurança da empresa, gerando estatísticas e indicadores, capazes de quantificar os números da prevenção e justificar seus investimentos.

O Gestor de Segurança Operacional (GSO) deve conhecer os problemas de sua organização e valorizar o registro de cada atividade. O palestrante apresentou o tema sob a ótica da investigação de acidentes, com orientações práticas para o bom gerenciamento da segurança operacional.

A palestra “Matriz de Risco” foi apresentada pelo Professor Éder Henriqson, da Faculdade de Ciências Aeronáuticas (PUCRS). O palestrante definiu a matriz de risco como uma ferramenta de análise e apoio à tomada de decisão na empresa, de uso simples e abordagem qualitativa. “A segurança é um conceito relativo, que se assume em relação à determinada operação”, disse.

“O caso TAM 3054 – desdobramentos jurídicos de SGSO” foi apresentado pelo Comandante da TAM Linhas Aéreas, Mario Roberto Eugênio dos Santos, que abordou a regulamentação da aviação brasileira, novas tecnologias e a responsabilização da Segurança de Voo, com base no maior acidente da aviação brasileira, que vitimou 199 pessoas, em 2007.

“Em tempos de crise, há um reflexo significativo na aviação que depende da evolução do dólar. O empresário precisa restringir custos porque não pode gastar. Nesse momento, é importante que o gestor tenha consciência da segurança operacional e esteja preparado para enfrentar os desafios para evitar acidentes”, disse o Comandante Castro.

  Encontro - “O evento nos afastou da zona de conforto e aumentou a nossa percepção do risco para identificarmos os fatores contribuintes do acidente e elevar o padrão da segurança operacional”, declarou o Major Bombeiro Diogo Bahia Losso, Subcomandante do Batalhão de Operações Aéreas do Corpo de Bombeiros Militares de Santa Catarina.

Para o gestor de Segurança Operacional da Helisul, Mário Roberto Eugênio dos Santos, a segurança operacional está chegando à realidade das empresas. “É fundamental saber como a investigação de acidente aeronáutico vai atuar na ocorrência e quais os objetivos que serão focados pela fiscalização da ANAC”, afirmou.