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Conheça a história da Sargento Janaína, militar operacional e mãe de quatro filhos

Enfermeira tornou-se observadora de busca e salvamento e inspirou filho a seguir carreira de oficial da Aeronáutica
Publicada em: 08/05/2016 08:00
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Fonte: BACG
Edição: Agência Força Aérea, por Ten Emília Maria

  As mães, em geral, são muito “operacionais”, se desdobram em várias funções para atender às necessidades dos filhos, ainda que contem com a ajuda do pai ou de outros familiares. Mas muitas delas também são exemplos no trabalho, como a Sargento Janaína Moraes de Araújo Resende da Rosa, Especialista em Enfermagem, que chegou à Base Aérea de Campo Grande (BACG) em 1996 e trabalhou, inicialmente, no Esquadrão de Saúde e, em seguida, no Esquadrão Pelicano (2°/10° GAV).

Durante este período, a militar teve a oportunidade de trabalhar com a parte operacional da FAB, tornando-se a primeira mulher da FAB especialista em Observação SAR, atuando em missões reais de Busca e Salvamento.

  Mãe de quatro filhos: Juan, de 21 anos; Diogo e Açucena, gêmeos de 7 anos; e Mahara, de 6 anos; e casada com um militar, a Sargento Janaína acredita que sua dedicação à profissão pode ter sido uma influência para o filho mais velho ingressar na vida militar também. “Acredito que o Juan se inspirou em mim para tomar a decisão de ser militar também. Porque eu sempre fui muito operacional, eu vibro muito nas missões que eu faço, me dedico inteiramente a isso. Acho que esta questão de foco, determinação, ele se inspirou em mim”, diz a Sargento.

O filho mais velho confirma a impressão da mãe e a influência que teve em sua escolha. “A minha realização profissional com certeza dependeu muito da minha atitude e dedicação, mas nada disso teria sido possível sem a minha mãe. Quando eu era pequeno ela me levava aos Portões Abertos da Base e, também, ao hangar onde ela trabalhava. Acho que isso me estimulou a seguir a carreira militar”, conta o Cadete Juan.

Hoje, Juan cursa o terceiro ano da Academia da Força Aérea (AFA), mas até chegar onde está, a mãe conta que ele batalhou bastante. “Quando o Juan fez a prova para a EPCAR foi um período muito difícil. Pagamos cursinho com muito sacrifício para ele estudar, mas ele não passou. No ano seguinte, ele fez uma nova tentativa, e conseguiu entrar com uma boa colocação na Escola e, após a conclusão, foi selecionado pra AFA”, relata Janaína.

  A mãe lembra os desafios dela e da família para ajudar o filho. “Quando ele entrou na AFA, não tínhamos noção do quanto era difícil, por causa da distância, das provas, da rotina intensa. Mas quando ele me ligava eu tentava passar para ele uma mensagem de força, mesmo estando sofrendo aqui”, diz.

Atualmente, Janaína trabalha na Seção Aeromédica do Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento (PARA-SAR). Ela explica que faz o possível para conciliar a profissão com a missão de ser mãe de outros três filhos menores. “É muita correria ser militar e mãe ao mesmo tempo, mas a mulher tem essa capacidade de se adequar às situações do dia a dia e, assim, as coisas vão acontecendo. Hoje, os meus filhos menores são escoteiros e acredito que essa possa ser uma possível porta de entrada para uma vida militar”, explica ela.

Janaína e o marido tentam transmitir aspectos do militarismo aos filhos porque acreditam que assim crescerão tendo como referência bons exemplos. “Sendo militar, acho que a primeira coisa que a gente aprende é a disciplina, um dos valores que eu tento passar aos meus filhos. Quero que eles cresçam e sejam pessoas de bem. O que eu tento mostrar a eles é que nós podemos nos superar em cada desafio e fazer sempre o nosso melhor”, conclui Janaína.

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