RIO 2016

Força Aérea Brasileira e Exército treinam para defender arenas esportivas

Exercício Boca do Monte integra unidades de defesa antiaérea pela primeira vez
Publicada em: 30/03/2016 15:46
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Fonte: Agência Força Aérea, por Ten Humberto Leite

  Militares da Força Aérea Brasileira (FAB) e do Exército Brasileiro (EB) estão em Santa Maria (RS) para treinar procedimentos de defesa antiaérea a serem utilizados durante os Jogos Olímpicos de 2016. Até a próxima sexta-feira (1°/04), eles executam todos os passos do uso de armamentos, como os mísseis terra-ar Igla-S, desde a localização das ameaças até a preparação do disparo.

"Os mesmos militares que estão atuando aqui vão ser empregados nas mesmas funções durante os Jogos Olimpicos", afirma o Major Antonio Fernandes Filho, comandante do 1° Grupo de Defesa Antiaérea (1° GDAAE), da FAB.

Durante o dia e a noite, a Base Aérea de Santa Maria (BASM) é alvo de ataques simulados de caças A-1 dos Esquadrões Poker (1°/10° GAV) e Centauro (3°/10° GAV). No solo, unidades de tiro da FAB e do Exército têm como missão adotarem todos os procedimentos de disparo dos seus armamentos. Após as ações, sistemas digitais são utilizados para saber quais ataques teriam sido bem sucedidos.

De acordo com o comandante do Esquadrão Centauro, Tenente-Coronel Wilson Paulo Correia Marques, utilizar um caça como o A-1 nesses treinamentos aumenta a capacitação dos militares da defesa antiaérea. "Nessa situação específica, a gente trabalha em um ambiente mais severo, visto que a utilização dessas aeronaves traz mais dificuldade ao treinamento", explica.

  Coordenação

Cada unidade de tiro é composta por três homens: um operador de rádio, um atirador e um remuniciador do míssil Igla-S. Os três se dividem na tarefa de olhar para o céu em busca dos seus alvos, mas eles contam com mais recursos para enfrentar as ameaças dos caças.

Na Base Aérea, o alvo simulado dos ataques, um radar Saber M60, vasculha o espaço aéreo da região em busca dos atacantes. Nos pontos onde há montanhas ou outros obstáculos capazes de criar uma "sombra" ao radar, militares infiltrados no terreno atuam como observadores aéreos avançados. As informações são repassadas para um Centro de Operações, que aciona cada uma das unidades de tiro de acordo com as rotas dos caças detectados.

"O nosso centro de operações vai repassar a mensagem para a nossa unidade de tiro informando dados como o azimute da aeronave, a distância e a altitude para que facilite o engajamento por parte dessa unidade de tiro", ressalta o Major Fernandes.

O Centro de Operações também repassa as autorizações para disparo. Em caso real, são vindas do Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (COMDABRA), em Brasília (DF).

  Integração

O destaque do exercício Boca do Monte é que, pela primeira vez, unidades de tiro da FAB e do Exército atuam juntas na defesa de um mesmo ponto sensível. As duas forças dividiram áreas de responsabilidade em torno da BASM e as unidades de tiro atuam sob a coordenação de um mesmo Centro de Operações.

"Esse exercício é de extrema importância para nós sempre podermos planejar de forma integrada", afirma o Tenente-Coronel Márcio Faccin de Alencar, do 3° Grupo de Artilharia Antiaérea de Autodefesa, do Exército Brasileiro.

Além de mísseis Igla, o Exército participa do treinamento com baterias do blindado Gepard, de artilharia antiaérea.