RETROSPECTIVA 2015

Exercícios e operações reais marcaram o ano

De treinamentos de combate aéreo ao transporte de vacinas, Esquadrões tiveram operacionalidade em alta em 2015
Publicada em: 31/12/2015 08:00
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Fonte: Agência Força Aérea

  De Norte a Sul do País, de Leste a Oeste, e também no exterior, aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) participaram de inúmeras missões ao longo de 2015. Foram tanto treinamentos de alta complexidade, como o exercício UNITAS, até o transporte de vacinas para localidades isoladas do Brasil. Também houve intenso trabalho de forças terrestres, tanto no Brasil quanto em missões internacionais. Veja, mês a mês, os principais fatos que marcaram o ano de 2015:

No início de 2015, entre os dias 16 e 17 de janeiro, um P-3AM Orion realizou buscas a um homem perdido no mar a 2.825 quilômetros de distância da costa da Bahia, comparável ao trecho entre Rio de Janeiro e Manaus. O ponto inicial estava bem no meio do Oceano Atlântico, entre a África e o Brasil. Os treze militares do Esquadrão Orungan (1°/7° GAV) realizaram dois voos, sendo um de 11 horas e 30 minutos no dia 16 e outro com duração de 10 horas e 45 minutos no dia 17 de janeiro.

Também em janeiro, o Major Adriano Maia Ribeiro de Azevedo assumiu o comando de uma base da Missão de Paz da ONU no Saara Ocidental. O brasileiro lidera um grupo de 15 observadores militares de 12 diferentes países. O primeiro mês do ano teve ainda uma notícia fundamental para o futuro da aviação de caça no Brasil: os Capitães Gustavo Oliveira Pascotto e Ramon Santos Fórneas realizaram, na Suécia, seus primeiros voos sozinhos na cabine de caças Gripen

Fevereiro começou com outra notícia histórica. No dia 03, uma terça-feira, voou pela primeira vez o protótipo do KC-390, futuro avião de transporte e de reabastecimento em voo da FAB. Com 35,20 metros de comprimento e capacidade para transportar até 23 toneladas de carga, o KC-390 é o maior avião já desenvolvido no Brasil. Mais de 50 empresas brasileiras participam do projeto, que conta ainda com a colaboração de Argentina, Portugal e República Tcheca.

Na Amazônia, a partir da Base Aérea de Belém, um helicóptero H-36 Caracal deixou sua marca no mês de fevereiro. Pela primeira vez, foi realizado um exercício com a utilização de óculos de visão noturna (NVG) para resgate sobre a água durante a noite. Assim, a unidade se tornou capaz de realizar atividades de salvamento em qualquer período do dia ou da noite.  Já em uma ação real, um avião P-3AM localizou uma embarcação a 810 km da costa. O único ocupante foi resgatado com vida. 

Em março, Florianópolis (SC) recebeu o maior exercício de busca e salvamento da América Latina, a Operação Carranca IV.  Aeronaves da FAB também participaram da Operação Amazônia Azul, realizada pela Marinha do Brasil. Já em Norfolk, nos Estados Unidos, o Tenente Cesar Wagner Montenegro Cima, médico da Base Aérea de Fortaleza, se juntou à Marinha dos Estados Unidos para cumprir missões humanitárias em 11 países da América Central. Na Base Aérea de Santa Cruz, no Rio de Janeiro (RJ), a frota de caças A-1 modernizados completou mil horas de voo.

Em abril, o combate ao incêndio de grandes proporções que atingiu a região portuária de Santos (SP) recebeu o apoio da FAB: foram mais de 15 toneladas de material transportado para o local. O Sul do País teve o foco no combate aéreo: unidades de caça e de artilharia antiaérea realizaram um exercício em Santa Maria (RS) , enquanto que em Canoas (RS) foram formados 14 novos atiradores de precisão, conhecidos como "snipers". A solidariedade também se fez presente neste mês. Um helicóptero H-60 Black Hawk e um avião C-98 Caravan foram utilizados para transportar mais de três toneladas de mantimentos para comunidades indígenas em Roraima.  

  O acidente aéreo com os apresentadores Angélica e Luciano Huck dominou as manchetes no final de maio, e a Força Aérea Brasileira mostrou seu papel na busca, no salvamento e na investigação de acidentes aeronáuticos. O mês também foi marcado por ações cívico-sociais, em que a FAB prestou atendimento médico e odontológico a população na região Norte. Cerca de 1,2 mil pessoas foram beneficiadas pela Ação Cívico-Social (ACISO) realizada em Manacapuru (AM).  

Maio marcou ainda o início dos grandes exercícios operacionais do ano. Em Anápolis (GO), unidades de caça, de reconhecimento e de defesa antiaérea participaram da Operação BVR, quando foram simulados diversos cenários de combate, como a escolta e o ataque a alvos de grande valor, representados pelas aeronaves de reconhecimento R-35AM. Também participaram os dois aviadores já formados como pilotos de Gripen, que compartilharam ensinamentos obtidos na Suécia.  Foram utilizadas técnicas de combate empregadas pela OTAN

Na Serra do Cachimbo, sul do Pará, os Esquadrões Falcão (1°/8°GAV) e Harpia (7°/8°GAV)  empregaram seus helicópteros H-36 Caracal e H-60 Black Hawk em treinamentos de busca e salvamento em combate (C-SAR), inclusive no período noturno.

Os exercícios das unidades aéreas equipadas com helicópteros continuariam no mês seguinte. O Esquadrão Poti (2°/8°GAV) treinou táticas de combate aéreo. Também ocorreram treinamentos com o Exército com missões de busca e salvamento.

Junho começou com uma nova missão de busca: um C-130 Hércules e um H-60 Black Hawk voaram quase 40 horas em busca de uma aeronave desaparecida na Amazônia.  No dia 5, voltaram ao Brasil os membros do oitavo pelotão da Força Aérea Brasileira em missão enviada ao Haiti.  A Infantaria da Aeronáutica também realizaria, por meio da sua unidade de elite, o PARA-SAR, um treinamento específico para atuar na região Norte do País. Os futuros oficiais de infantaria também realizaram de um treinamento em região de montanha. No mês seguinte, ocorreria ainda o fim do curso de paraquedista  e da formação de um militar da FAB enviado para treinamento com o BOPE, do Rio de Janeiro

O mês de julho foi destaque pela nona edição da Operação Ágata, com combate a crimes na região de fronteira com a Bolívia e o Paraguai. Aeronaves baseadas no Rio Grande do Sul, com o uso da técnica de reabastecimento em voo, realizaram missões sobre o Mato Grosso. No solo, a FAB e a ANAC uniram forças para fiscalizar aeroportos. A Operação também envolveu uma Ação-Cívico Social promovida pelas três Forças Armadas

Na fronteira norte, a FAB realizou duas grandes atividades. A primeira foi levar profissionais de saúde para realizar o atendimento médico a comunidades indígenas. Mais de 1.200 consultas foram realizadas em uma missão possível graças ao apoio das aeronaves da FABA segunda foi a Operação Colbra, em parceria com a Colômbia, para treinar o combate a voos ilícitos.  Em agosto, o mesmo exercício se repetiria, mas dessa vez com o PeruA atuação da FAB na região rendeu elogios do Exército  e de lideranças indígenas 

No Pantanal, em agosto, militares responsáveis por missões de busca e salvamento treinaram sobrevivência e evasão. Também houve treinamentos de pouso em pistas não preparadas, capacitação de paraquedistas  e de contraterrorismo.

Setembro foi marcado por exercícios operacionais. Na Serra do Cachimbo, no Pará, os AH-2 Sabre tiveram suas capacidades de ataque testadas no Exercício Zarabatana. Foram testados mísseis capazes de penetrar em blindagens de até 80 cm.

Na Base Aérea de Santa Cruz, no Rio de Janeiro (RJ), um P-3AM retomou a capacidade de ataque da Aviação de Patrulha. E, em Santa Maria (RS), o Esquadrão Pantera (5°/8°GAV) realizou o Exercício Operacional Cacequi. Militares do Esquadrão Gordo (1º/1º GT) foram até o Chile treinar sobrevivência no gelo. A FAB participou ainda, em Angra dos Reis (RJ), de um exercício de combate a ameaças nucleares

No Acre, mais de sete mil indígenas receberam vacinas em outubro graça à Força Aérea Brasileira. 

No mesmo mês, futuros oficiais participaram de treinamento de sobrevivência, enquanto em Natal (RN) ocorriam voos para a qualificação de jovens oficiais aviadores nas aviações de transporte, de caça e de helicópteros. Em Porto Velho (RO), dez AH-2 Sabre realizaram um inédito voo em formação.

Novembro foi marcado pelo exercício UNITAS, um treinamento aeronaval realizado anualmente com a participação da Marinha do Brasil e de nações amigas. Em 2015, com a presença do porta-aviões norte-americano USS George Washington, a UNITAS incluiu o combate aéreo entre as missões realizadas. Caças F-5, A-1 e F-18 realizaram missões como ataque, escolta e defesa aérea.  Aviões de patrulha marítima P-95 e P-3 em missões de esclarecimento marítimo, coordenação de ataques navais e guerra antisubmarino. 

Mas este não foi o único exercício realizado durante o mês. Cadetes do quarto ano da Academia da Força Aérea participaram da Operação Teseu, o Grupo de Comunicações e Controle participou do exercício Atalaia  e a Força Aérea Brasileira, em conjunto com a Marinha e o Exército, participaram de um exercício com a Defesa Civil para treinar a atuação em situações de emergência

  As ações reais, contudo, chamaram a atenção. A tragédia ambiental em Mariana (MG) levou a FAB a transportar 30 mil litros de água mineral para moradores de Governador Valadares (MG). 

Já o incêndio na Chapada da Diamantina exigiu o transporte de 44 bombeiros do Distrito Federal para a Bahia, além do emprego de um avião C-130 Hércules que lançou 252 mil litros de água nas chamas e de um H-34 que transportou os brigadistas para os focos de incêndio

Mais uma ação real aconteceria no dia 16: uma aeronave suspeita de envolvimento com tráfico de drogas foi interceptada conforme os passos previstos na legislação, tendo sido acompanhada por aeronaves da Força Aérea Brasileira até as proximidades da cidade de Araçatuba (SP), quando foi obrigada a pousar.  Em outubro, uma outra aeronave foi interceptada e chegou a ser alvejada por um caça da FAB

Também em novembro, foi a vez de um SC-105 Amazonas do Esquadrão Pelicano (2º/10º GAV) transportar um paciente suspeito de contaminação pelo vírus ebola.  Felizmente, foi um alarme falso, mas a aeronave recebeu todos os equipamentos necessários para evitar um contágio.

Já no fim do ano, o Esquadrão Arara (1°/9° GAV) usou óculos de visão noturna para treinar o lançamento de carga a 180 metros de altura. Já em Natal, os três esquadrões de especialização operacional realizaram um exercício para marcar a formação de 118 pilotos nas aviações de caça, reconhecimento, busca e salvamento, patrulha, transporte e asas rotativas.