INFANTARIA

Conheça os projetos para a área e histórias de militares que trabalham pela segurança

Ao completar 74 anos, área conta com sete batalhões especiais pelo Brasil e recebe atenção especial para a Rio 2016
Publicada em: 09/12/2015 07:00
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Fonte: Agência Força Aérea

  Quando deixou a cidade do Rio de Janeiro para seguir a carreira militar, Lucas Pires de Lima, de 23 anos, nem imaginava que poderia encontrar na Infantaria da Aeronáutica uma profissão onde a relação com as pessoas seria tão intensa. “O que mais me surpreendeu nessa carreira foi o contato com as pessoas. Não existe função mais gratificante e complexa do que trabalhar na formação de um indivíduo”.

O depoimento do cadete da Academia da Força Aérea (AFA) revela uma das diversas atividades desses profissionais que dedicam suas carreiras a proteger as unidades e os militares da FAB.

Entre as funções que desempenham estão as instruções militares e de tiro, que preparam o efetivo da FAB para a rotina diária dentro das unidades. “A formação dos valores militares no início da carreira é fundamental para o bom desempenho profissional e para o bem cumprir da missão de nossa Instituição”, explica o então Chefe da Subchefia de Segurança e Defesa do Comando-Geral de Operações Aéreas (COMGAR), Brigadeiro de Infantaria Augusto Cesar Amaral.

Além disso, os militares de infantaria atuam em missões de defesa antiaérea, busca e salvamento, operações especiais, ações contraincêndio e contraterrorismo, honras militares, recrutamento e mobilização, polícia de aeronáutica e segurança de autoridades. Aptos a cumprir múltiplas missões, a pluralidade é uma das motivações desses profissionais. “Da Infantaria só espero que continue me oferecendo as mesmas dificuldades e oportunidades de sempre, para que eu possa me aprimorar e me superar a cada dia”, revela o Cadete Lima.

O currículo para formação de um infante é extenso e envolve várias especializações durante a carreira. Entre as atividades estão estágios de combatente de montanha, operações e patrulhamento em ambiente de selva, operações de controle de distúrbios, regulamentos e procedimentos, manuseio de equipamentos bélicos e operações por infiltração aeroterrestre ou aeromóvel. As atividades estão voltadas à autodefesa de superfícies e instalações aeronáuticas. “Só com a garantia de estar protegida, a FAB pode cumprir sua missão de manter a soberania do espaço aéreo nacional com vistas à defesa da pátria”, finaliza o Brigadeiro Cesar.

Para o Cadete Lima, as emoções na carreira estão só começando. Mas iniciam bem - com a coincidência de concluir a AFA na mesma data em que é celebrado o dia da Infantaria da Aeronáutica: 11 de dezembro.

“Defendendo na terra o domínio do ar” - Segundo o Brigadeiro Cesar, a Infantaria obteve inúmeros avanços em 74 anos de existência dentro da Aeronáutica. Atualmente, a Concepção Operacional da Infantaria da Aeronáutica passa por uma modificação para otimizar a aquisição de equipamentos, a capacitação de recursos humanos e a estruturação organizacional. Quanto aos projetos estratégicos, destacam-se a aquisição do sistema de artilharia antiaérea PANTSIR-S1 (projeto conduzido pelo Ministério da Defesa) e a implantação futura das Companhias de Pronto-Emprego (CIPE). Também foi criado o Terceiro Grupo de Defesa Antiaérea (3° GDAAE), em Anápolis (GO), o primeiro a ser planejado para possuir duas baterias de defesa antiaérea, uma de curtíssimo alcance (IGAL-S) e outra de curto/médio (PANTSIR-S1).

A participação da tropa de infantaria na realização dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016 está recebendo atenção especial, com foco na capacitação e reequipamento das unidades envolvidas. Outros projetos, relacionados ao “Sistema de Vigilância Eletrônica do COMAER”, “Armamento Terrestre para a Infantaria” e “Simulador de Tiro para Armas Portáteis”, também estão em andamento.

Operacional - Já são 13 anos dedicados à FAB e no currículo um dezena de cursos na área de Infantaria. Em 2015, atingiu o grau mais elevado de operacionalidade no Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento (EAS), o PARA-SAR, e recebeu o título de Pastor. Hoje Thiago Goulart Nunes é Terceiro Sargento e especialista em Guarda e Segurança, mas iniciou a carreira como soldado, em Canoas (RS), onde realizou diversos cursos que o motivaram a continuar na profissão. Sgt Goulart iniciou a cerreira como soldado  Sgt Johnson/CECOMSAER

“Escolhi a especialidade porque sempre gostei de atuar na frente de uma tropa de infantaria”. Ele possui capacitação de sniper militar (atirador de elite) e tiro tático de precisão; curso básico de paraquedista; salto livre militar; salvamento e resgate; mestre de salto; mergulho autônomo; para-comandos; adestramento de operações especiais no Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE); entre outros. “Hoje ministro instruções na Academia da Força Aérea onde tenho a honra de ensinar os futuros oficiais da FAB a realizar o salto de emergência de aeronaves e o resgate em combate-módulo evasor”, explica.

Tropa de Elite - Uma das unidades de elite da FAB, o Batalhão de Infantaria de Aeronáutica Especial do Galeão (BINFAE-GL), possui o maior efetivo de soldados da Força. Um total de 1.098 militares.

Além de participarem de missões de segurança e defesa, os soldados têm oportunidades de crescimento profissional. Conforme o mérito e a antiguidade, eles participam do projeto Soldado Cidadão, que oferece cursos profissionalizantes.

O Soldado Diego Souza da Silva, 20 anos, faz o curso de assistente de recursos humanos oferecido pelo Senac-Rio. “Vai acrescentar muito ao meu currículo e também ajuda para fazer entrevista de emprego. Tenho gostado bastante”, conta.

Depois de concluir o curso de operador de empilhadeira, o Soldado Gustavo Souza, 21 anos, vê com entusiasmo o futuro profissional. “Desempregado a gente não fica porque a área precisa de muitos profissionais. Durante o curso descobri que posso seguir essa profissão. É uma possibilidade que se abre”, conclui.

O Batalhão Especial, como outros sete espalhados pelo Brasil, executa missões defensivas, ofensivas, especiais e de proteção. E também é empregado em ocasiões diferenciadas, como nas Olimpíadas 2016.

“Este é o último grande evento da série que tivemos nos últimos anos e estamos preparados por conta dos anteriores. A área da Base Aérea do Galeão é bem complexa e, mesmo em tempos de paz, temos a oportunidade de testar a eficácia de nossas operações em plano real. Nossa tropa está pronta”, afirma o Capitão Infantaria Alexandre Fontoura, Oficial de Operações do BINFAE - GL.

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