DIA DA INDEPENDÊNCIA

Os bastidores do desfile da FAB no 7 de Setembro em Brasília

Conheça alguns dos militares que representaram a Força Aérea no desfile e um pouco dos preparativos
Publicada em: 07/09/2015 14:19
Imprimir
Fonte: Agência Força Aérea

  A cada desfile cívico-militar de 7 de setembro pelo Brasil afora, o público vê apenas o momento principal: as tropas e grupamentos passando em frente aos palanques e arquibancadas. Mas o que acontece antes? Quando começam e quais são os preparativos para atravessar a avenida? E quem são as pessoas que se dedicam a representar a Força Aérea Brasileira (FAB) nesse dia?

A equipe da Agência Força Aérea acompanhou os bastidores da preparação dos militares da Aeronáutica que desfilaram por mais de dois quilômetros sob névoa seca, sol, baixa umidade e temperatura em torno de 30 graus do planalto central na Esplanada dos Ministérios.

Experiência e legado - São cinco horas da manhã e o céu ainda escuro não deixa ver direito as tropas que vão se organizando em fileiras no pátio do Batalhão de Infantaria de Aeronáutica Especial de Brasília (BINFAE-BR).

Em meio aos mais de 300 militares da FAB que participarão do desfile em Brasília (DF), está o Suboficial Músico Moises Siqueira de Mendonça. Depois de 33 anos consecutivos desfilando, esta é última vez que ele entra em forma para o 7 de setembro. “É muito emocionante, passa um filme na cabeça de tudo de bom que aconteceu comigo”.  

No próximo ano, ele vai para a reserva, se aposenta de uma vida dedicada à FAB e ao povo brasileiro. Para ele, este desfile é a coroação da carreira por um motivo especial: o filho Moises Siqueira de Mendonça Júnior, que é sargento e também músico da Banda da Base Aérea de Brasília estará junto na avenida. “É um prêmio hoje estar em forma juntos e passando um legado para meu filho”, completa o suboficial.

Também contabilizando 33 anos de FAB, o Capitão Arthur Prado Simões Pires já desfilou nas comemorações do 7 de setembro nas cidades de Santa Maria (RS), Canoas (RS), Anápolis (GO) e, pela primeira vez, em Brasília. Ele faz parte do grupamento de aeronavegantes, que representa diversas especialidades, como os pilotos e mecânicos de aeronave. “Espero que seja um bom desfile, que o povo reconheça as Forças Armadas e que sirva para refletir sobre nossa independência”, disse o capitão sobre sua expectativa no último desfile antes de ir para a reserva.

   Na terra ou no ar - Por volta das 5h30, o silêncio em meio à escuridão é quebrado no pátio do BINFAE-BR. O que se ouve é um brado muito alto de “Bom dia”, a resposta da tropa ao cumprimento do comandante. O Coronel Aviador João Bosco Lúcio da Silva Félix, Chefe do Estado-Maior do Sexto Comando Aéreo Regional (VI COMAR) e responsável por comandar a tropa da FAB neste Dia da Independência, já é experiente em desfiles. “Participo desde os 11 anos, quando era do colégio militar no Recife, depois na Academia da Força Aérea (AFA) e outras unidades”.

Ele destaca que chegar à frente da tropa é um momento único na carreira, justamente por ter começado desfilando no último grupamento do colégio militar. Além disso, já teve o privilégio de ver um desfile do céu. “Liderei aeronaves e vi a tropa do alto e, hoje, esse desfile em terra pode ser considerado um complemento. É um ciclo que se completa”, destacou o coronel que acredita que os militares dão exemplo de civismo, patriotismo e amor à nação.

Iniciantes - Enquanto alguns encerram este ano a participação em desfiles de 7 de setembro, outros estão apenas começando. Um grupamento de cadetes do primeiro ano da Academia da Força Aérea (AFA) integrou a tropa em Brasília.

A Cadete Jociele Moreira Rezende, natural de Cachoeira do Sul (RS), estava acostumada a enfrentar o frio quando desfilava pelo colégio militar em Porto Alegre (RS). “A diferença é que o início do dia lá era bem mais frio nessa época, lembro que ia de casaco e só tirava na hora do desfile”, conta ela. A expectativa dela e do colega, Cadete Edmilson Viriato da Silva, é que o público maior seria o diferencial neste 7 de setembro na capital. Eles foram acompanhados por 25 mil pessoas nas arquibancadas, segundo a Polícia Militar do Distrito Federal. “A motivação para mim é o mais importante e isso já acontece só de ver as outras tropas passando por aqui para se posicionarem”.

  “Estou muito animado, sempre vi os desfiles das tropas e nunca imaginei que um dia estaria aqui. Mas sempre quis muito!”. O Soldado Domingos Gentil participa pela primeira vez do desfile da Independência vestindo a farda. Ele ingressou na FAB em março deste ano e conta que não teve dúvida quando lhe deram a escolha entre integrar a Polícia da Aeronáutica e a tropa do Cerimonial. “Optei pelo cerimonial, foi algo que sempre gostei. Para hoje, treinamos algumas vezes apenas para aperfeiçoar os movimentos e evoluções que fazemos diariamente”, explica Gentil.

  Presença feminina - Um grupamento vestindo saias se destaca em meio à tropa. Comandadas pela Major Rafaela Gomes Macedo Penna dos Santos, dezenas de mulheres, graduadas e oficiais, representam a presença feminina na FAB. “Esse grupamento composto por diversas especialidades e organizações é especial porque marca a diversidade das atividades femininas nas Forças Armadas”, diz a major que comanda o grupamento pela primeira vez.

Apoio - Ainda antes da entrada em forma, às 4 horas da manhã, o refeitório do VI COMAR já estava pronto para servir o café-da-manhã aos integrantes da tropa. Seus militares também prestaram apoio até o início do desfile, servindo água e lanches.

Para facilitar o trajeto do comboio que transportou a tropa do VI COMAR até a Esplanada dos Ministérios, os batedores do BINFAE-BR foram fundamentais. “Além da escolta das nossas viaturas e ambulâncias, uma parte do grupamento participou da revista à tropa da presidenta Dilma e O café-da-manhã começou a ser servido às 4h  Sgt Batistaoutros fizeram o desfile motorizado”, explicou o Tenente Raphael José Lucchesi Rocha, um dos responsáveis pelos batedores.

 

 

 

 

Assista ao vídeo com as imagens que marcaram o desfile no 7 de Setembro na Esplanada dos Ministérios: