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Quem desenvolve os cenários de simuladores de voo?

Equipe do Notaer explica como é feito o trabalho no Centro de Computação da Aeronáutica de São José dos Campos
Publicada em: 08/09/2015 07:00
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Fonte: Agência Força Aérea

  Leitor assíduo do NOTAER e do site da FAB, o Sargento Pedro dos Santos Alves é tido pelos colegas do Centro de Computação de Aeronáutica de São José dos Campos (CCA-SJ) como uma “enciclopédia” da instituição. “Pouca gente sabe o que fazemos aqui”, explicou. Por isso, é dele a sugestão desta pauta: como são desenvolvidos os cenários virtuais da localidade onde estão instalados os diferentes simuladores de voo das aeronaves empregadas pela FAB. A ferramenta permite manter a atividade operacional, especialmente, no treinamento de emergências em voo, e ainda reduz o custo de operação.

Quem desenvolve os cenários tridimensionais de simuladores de voo é um grupo de 11 profissionais do CCA-SJ, especialistas nas áreas de eletrônica, informática, análise de sistemas, engenharia de computação e aviação. Com 18 anos de FAB e há sete na unidade, Sargento Pedro, especialista em cartografia, exerce a função de modelador 3D.

O militar é o responsável por construir objetos, como aviões e edificações, que conferem realismo aos cenários visuais, e completa o time da Subdivisão de Simuladores. “Nosso trabalho é possibilitar que o piloto treine em um voo virtual o mais próximo do real”, explica o sargento.

Com a instalação do cenário no Esquadrão Joker (2º/5º GAV), em Natal, em 2006, foi possível realocar cerca de 400 horas de voo do treinamento básico.

Neste momento, a equipe trabalha no desenvolvimento do cenário de Santa Cruz, no Rio de Janeiro, que vai auxiliar na ambientação dos pilotos na aeronave de caça F-5M. A área virtual em construção está na fase de levantamento aerofotográfico que envolve os estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais.

O processo inicia com a definição dos requisitos pela unidade aérea, desde a pista de pouso até detalhes como hidrografia e malha viária. Em algumas ocasiões, as linhas de transmissão de energia elétrica também precisam ser mapeadas para servirem de referência visual. O segundo passo é o levantamento aerofotográfico. Para a construção do relevo, a equipe conta com dados numéricos de elevação cobertos por imagens de satélite. Quando necessário, também é construído o cenário radar que auxilia no treinamento de uso do dispositivo. É preciso quase um ano de trabalho para ser finalizado.

O trabalho dos profissionais também envolve a configuração dos auxílios à navegação, como o ILS (Instrument Landing System).

Histórico
 O grupo já desenvolveu outros cinco cenários empregados nos simuladores do A-29 Super Tucano das unidades aéreas localizadas em Natal (RN), Boa Vista (RR), Porto Velho (RO) e Campo Grande (MS), além da área de mais de 400 mil km2 do eixo Rio-São Paulo. O grupo também estuda a interligação dos simuladores usando o padrão High Level Architecture, que vai permitir, no futuro, ampliar a interoperabilidade entre as Forças Armadas e interligar simuladores em diferentes localidades.

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