DIA DO SOLDADO

Conheça 4 profissionais que iniciaram a carreira como soldados da Aeronáutica

Modelo internacional, juiz, piloto e policial militar contam como o aprendizado militar influenciaram na trajetória de vida
Publicada em: 28/08/2015 07:55
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Fonte: Agência Força Aérea

Dior e Dolce Gabbana estão entre as marcas que modelo desfilou na Europa  Divulgação Joy Model  A magistratura era um sonho para o soldado José Alfredo de Andrade Filho. Enquanto servia na Esquadrilha da Fumaça, em Pirassununga (SP), no início dos anos 2000, o militar dividia as atividades no Esquadrão de Demonstração Aérea (EDA) com os livros de direito. A dedicação aos estudos teve resultado quando foi aprovado no primeiro concurso público, para escrevente.

Atualmente, o ex-militar atua como juiz da comarca de Santa Cruz das Palmeiras, município vizinho à Pirassununga. "O Brigadeiro Reis, na época major, foi meu primeiro chefe. Ele foi um dos que me incentivava muito", conta.

Para ele, boa parte dessa tra jetória tem relação direta com o que viveu no quartel. "Ali eu aprendi a me comportar, a ter postura. Isso foi essencial, inclusive no direito", garante. Segundo ele, o treinamento militar o ajudou até na prova oral, uma das etapas do processo seletivo de magistrados.

  Passarelas internacionais - Thomaz de Oliveira hoje desfila por passarelas da Europa vestido em modelos de marcas famosas, como Dior Homme, Chanel, Dolce & Gabbana e John Richmond. Mas antes de fazer sucesso internacional, ele podia ser visto no Recife (PE), onde usava uma vestimenta bem menos chamativa: o uniforme de soldado da Aeronáutica.

Ele trabalhava no antigo Departamento de Aviação Civil e, circulando pelo aeroporto, foi visto por um olheiro. “No primeiro momento não aceitei, pois não conhecia nada de moda", conta. "Agradeço a minha família e a meu chefe que me deram apoio nesse momento".

Trocar o quartel pelo mundo da moda pode parecer uma mudança radical, mas Thomaz garante que há semelhanças. "São muitas as diferenças, mas as duas profissões requerem muita responsabilidade e comprometimento". A exigência dos treinamentos físicos também fizeram diferença. "Ajudou bastante! Tanto fisicamente, quanto mentalmente. Continuo fazendo os exercícios que aprendi no quartel", afirma.

  Instrutor de voo - Há também quem foi soldado, um posto temporário, e prosseguiu na carreira militar por meio de concursos. Tiago Taffarel foi soldado na Base Aérea de Canoas (BACO) e hoje, no posto de capitão, é instrutor no Esquadrão Gavião (1º/11º GAV), localizado em Natal (RN), onde ensina jovens aviadores a dominar o voo de helicópteros.

Ele cursou o ensino médio duas vezes para realizar seu sonho de ser aviador. Já com 18 anos, como soldado, prestou a prova da Escola Preparatória de Cadetes do Ar (EPCAR). "Entrei com 19 anos. Tinha gente entrando com 14. Mas não me incomodei porque era o que eu queria", afirma.

Com o sonho de ser piloto, ele utilizou o soldo de soldado para pagar cursinhos preparatórios. "Minha família era pobre e não tinha como pagar um curso de aviação civil". A aprovação para a EPCAR aconteceu só na terceira tentativa.

Hoje, oficial no posto de capitão, ele conta que a experiência como soldado faz toda a diferença no trato com os subordinados. "Me ajuda a entender e compreender melhor. Alguns dos meus soldados se espelham em mim".

Incentivo ao estudo - A vida militar também encantou o Primeiro Tenente Walter Cabello, atualmente oficial da Polícia Militar de São Paulo. A carreira começou como recruta, no Parque de Material Aeronáutico em São Paulo (PAMA-SP), em 1997. “Sempre tive uma admiração [pela vida militar], desde pequeno, e tive a honra e o prazer de servir. Fui estimulado a estudar e as luzes foram se acendendo”, declara.

Foram quatro anos dedicados à FAB, tempo suficiente para que o Soldado Cabello encontrasse os elementos fundamentais para seguir a vida profissional. Ele cursou a faculdade de direito e foi aprovado no concurso da Polícia Militar de São Paulo. Hoje, o Tenente Cabello serve no quartel general da corporação, como assessor financeiro do comandante. Concluiu inúmeras pós-graduações, entre elas Direitos Humanos, Gestão e Segurança Pública e Política Estratégica. “A disciplina conquistada no quartel foi fundamental para minha vida. O civil é acostumado a desistir nas dificuldades e nós somos estimulados a enfrentar tudo”, explica.