SEGURANÇA DE VOO

SERIPA V forma novos agentes de prevenção de acidentes aeroagrícolas

Curso de duas semanas abordou temas como perda de controle em voo, fadiga e segurança operacional
Publicada em: 24/07/2015 08:04
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Fonte: SERIPA V/Agência Força Aérea

  O Quinto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA V), localizado em Canoas (RS), concluiu a quinta edição do Curso de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos – Aeroagrícola (CPAA-AG) na última sexta-feira (17/07). O curso, de duas semanas de duração, capacitou gestores de segurança operacional, proprietários de empresas, pilotos, fiscais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e outros profissionais da área.

Segundo o Chefe do SERIPA V, Tenente-Coronel Aviador Luís Renato Horta de Castro, o intensivo de duas semanas com foco na segurança é de grande importância. “Além da aplicação prática de conhecimentos, o curso possibilita um maior entendimento e reflexão sobre os desafios que a aviação agrícola impõe à gestão de segurança e sobre como mobilizar a organização e seus colaboradores”, disse.

Na cerimônia de encerramento do curso, o Chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), Brigadeiro do Ar Dilton José Schuck, afirmou que os novos agentes de prevenção têm todas as ferramentas para trabalhar em prol da segurança de voo.

“O ser humano é a peça mais imprevisível e acidentes sempre vão acontecer, porém é necessário atuar para mitigar. Esse é um trabalho que não pode ser mensurado, pois nunca saberemos o que evitamos, porém saber que algo foi feito pode fazer a grande diferença”, afirmou o Brigadeiro Schuck.

O Curso abordou as normas legislativas e desenvolveu temas como violações na aviação agrícola, perda de controle em voo, automedicação, fadiga em voo, segurança na manutenção de aeronaves, vistoria, segurança operacional, aspectos jurídicos e outros assuntos pertinentes.

Além disso, os alunos participaram de um exercício prático sobre Relatório de Prevenção (RELPREV) e Vistoria de Segurança de Voo. A vistoria foi realizada em uma empresa de aviação agrícola, no município gaúcho de Montenegro.

“Esse curso é essencial para uma área que é totalmente marginal na aviação. Os ensinamentos serão transformadores a médio e longo prazo pelas mudanças de comportamento, o que resultará em diminuição das violações”, analisou um dos agentes formados, Marcos Nascif.

Reconhecimento

O curso de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos - Aeroagrícola é o único do gênero reconhecido na América do Sul pelo CENIPA. Não há registro de outro curso na região, que ofereça temas específicos voltados para esse segmento da aviação.

Aviação agrícola no País
 
No Brasil atualmente existem 2.000 aeronaves registradas pela aviação agrícola e 1.316 empresas, segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). A média da frota é de 22 anos. Trata-se de uma aviação que opera no limite e necessita de atenção, tendo em vista o alto índice de acidentes registrados nos estados de Mato Grosso, Rio Grande do Sul, São Paulo e Goiás, onde a atividade do segmento é mais intensa.

 

   SERIPA V apoia evento de prevenção de acidentes no interior do RS

No início do mês de julho, o SERIPA V participou de um seminário de segurança de voo voltado à aviação agrícola no Aeroclube de Santa Cruz do Sul, município localizado a 150km de Porto Alegre (RS). Participaram do evento 140 profissionais.

Para o Chefe do SERIPA V, Tenente-Coronel Aviador Luís Renato Horta de Castro, o seminário foi o resultado de parcerias, empenho organizacional e a crença no propósito da segurança de voo em benefício da sociedade em geral.

Ele explica que as aeronaves, a exemplo dos carros, saem de fábrica com um manual específico e uma série de recomendações sobre como operar corretamente sistemas e equipamentos. Embora tais procedimentos sejam padrão na operação de determinado tipo de aeronave, ainda não são obrigatórios, segundo os regulamentos vigentes do órgão regulador brasileiro.

"A decisão de seguir manuais fica por conta da conscientização e comprometimento de cada profissional”, afirmou o Chefe do SERIPA V.

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