RISCO BALOEIRO

Perigo de acidentes com balões aumenta no mês de junho

De acordo com dados do CENIPA, nesta época do ano há um aumento de 75% no número de ocorrências em relação à média anual
Publicada em: 04/06/2015 08:04
Imprimir
Fonte: Agência Força Aérea

  Reprodução InternetEm junho de 2011, um Airbus que decolou do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, com destino a Confins, em Minas Gerais, colidiu com um balão não tripulado, ocasionando a obstrução dos tubos de pilot do avião - dispositivos que medem velocidade - que, se pararem de funcionar, podem prejudicar outras funções da aeronave, como o piloto automático.

Ninguém ficou ferido, mas o incidente, considerado grave pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aéreos (CENIPA), causou danos à aeronave. O problema técnico foi semelhante ao do avião da Air France que caiu no mar em 2009 e causou a morte de 228 pessoas, devido ao congelamento das sondas.

Soltar balões é uma prática cultural ainda muito difundida no Brasil. Mesmo nos casos em que são utilizados balões sem o uso de fogo existe o risco de incêndios, pois eles podem entrar em contato com redes de alta tensão.

Além de a prática ser considerada crime ambiental, passível de multa e detenção, pode trazer sérias consequências à aviação.“Se uma aeronave estiver realizando aproximação para pouso a 460 km/h e colidir com um balão que tenha apenas 1kg de cangalha, que é a estrutura onde são colocados, por exemplo, fogos de artifício, o impacto vai gerar uma força capaz de atravessar o pára-brisa do avião”, explica o Tenente-Coronel Francisco José Azevedo de Morais, responsável pelo Programa de Risco Baloeiro do CENIPA.

Segundo dados da organização, em 2014 aconteceram mais de 300 notificações de balões em áreas próximas a aeroportos. Em abril deste ano, um balão caiu na pista no Aeroporto de Congonhas (SP), o que obrigou uma aeronave a arremeter e provocou atrasos nos pousos. Comparando com a média mensal anual, há um aumento na soltura de balões de aproximadamente 75% no mês de junho, impulsionado pelas festas típicas. A região sudeste é onde se concentra a maior parte das ocorrências: dentre as notificações registradas neste ano, 88% foram nos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo.

“O balão, apesar de belo e divertido, pode ser a causa da morte de muitas pessoas. É justo colocar vidas em risco pela simples diversão?”, alerta o Tenente-Coronel Morais.