O ministro da Defesa, Jaques Wagner, visitou, nessa terça-feira (28/04), o complexo do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), em São José dos Campos (SP). O DCTA tem sob sua subordinação instituições de ensino e pesquisa como o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). Em conversa com a imprensa, o ministro destacou que vai trabalhar para que a área econômica do governo assegure os recursos necessários à ampliação do ITA. “A obra é boa e a motivação é nobre”, avaliou.

Ele visitou as obras da primeira etapa de expansão do ITA, de cerca de 16 mil m², onde funcionará a Divisão de Ciências Fundamentais. No módulo serão oferecidas as disciplinas comuns a todas as graduações, como Matemática, Física e Química.

“Esse é um ano difícil como todo mundo sabe, mas estamos brigando, no bom sentido, com os Ministérios da Fazenda e do Planejamento, com a cobertura da Presidência. É preciso que se reconheça que, em tecnologia, se demora muito para construir, mas se pode destruir rapidamente por conta da descontinuidade”, afirmou Jaques Wagner.

Orçada em R$ 848 milhões, a ampliação do ITA, além da Divisão de Ciências Fundamentais, prevê a construção de novos alojamentos, biblioteca, auditório e do laboratório de Engenharia Aeroespacial. No total, serão 88 mil m² de obras, com previsão para término em 2018. Com uma maior infraestrutura, o objetivo do DCTA é ampliar a oferta de vagas em 100% na graduação e 50% dos cursos de pós-graduação lato e strictu sensu. A previsão é que, até 2020, abrigue 1,2 mil alunos – atualmente o número é de 780.

Institutos

Durante a visita do ministro, o Diretor do DCTA, Tenente-Brigadeiro do Ar Alvani Adão da Silva, enfatizou que o Departamento foi criado para dotar o Brasil de “uma aeronáutica pujante”, o que se reflete no fato de 81% da frota de aeronaves da Força Aérea Brasileira terem sido construídas ou modernizadas em território nacional.

No Instituo de Aeronáutica e Espaço (IAE), o ministro conheceu o projeto do Veículo Lançador de Microssatélites (VLM). A iniciativa, desenvolvida em parceria com a Agência Espacial da Alemanha (DLR), prevê a construção de foguetes que colocarão em órbita satélites de até 120 kg. “Será um equipamento com aplicação no mundo prático, como na agricultura e nas telecomunicações”, explicou o Coronel Augusto Otero, Vice-Diretor do IAE.

Jaques Wagner também conheceu o projeto da Turbina Aeronáutica de Pequena Potência (TAPP) e assistiu à simulação do sistema de controle de um Veículo Lançador de Satélites (VLS) no laboratório de Sistemas Inerciais de Aplicação Aeroespacial.

O ministro também pôde utilizar um novo equipamento desenvolvido por uma equipe de alunos e professores do ITA em parceria com a Embraer: o Simulador de Voo de Plataforma Robótica (Sivor). O projeto, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), prevê a construção de um simulador que pode ser utilizado na fase de desenvolvimento de diferentes tipos de aeronave, utilizando-se da adaptação de um robô de uso industrial. O ministro fez uma simulação no protótipo do equipamento, concluído há apenas três semanas, no Laboratório de Automação em Manufatura do ITA.

Segundo o coordenador-técnico do projeto, professor Carlos César Eguti, trata-se de uma iniciativa pioneira na América Latina que permitirá a construção de simuladores de custo mais baixo e para aplicação em diferentes tipos de aeronaves ainda no processo de desenvolvimento. Isso permitirá o aperfeiçoamento do equipamento.

Antes de retornar à Brasília, Jaques Wagner ainda visitou as instalações do Museu Aeronáutico Brasileiro (MAB), onde é contada toda a saga da aviação nacional desde as descobertas do patrono Santos Dumont.