PARA-SAR 50 ANOS

Três modalidades de salto marcam demonstração operacional de paraquedistas

Publicada em: 29/11/2013 09:54
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Fonte: Agência Força Aérea

Os paraquedistas saltaram do C-105 Amazonas   Agência Força Aérea/Ten. EniltonSaltos semiautomático, livre e duplo foram as três modalidades usadas para realizar a demonstração operacional do Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento, o Para-Sar, nesta quarta-feira e quinta-feira (27 e 28/11). A atividade integra a programação dos 50 anos da unidade considerada a tropa de elite da Força Aérea Brasileira.

A aeronave C-105 Amazonas do Esquadrão Pelicano (2º/10º) lançou mais de 100 paraquedistas militares em uma área do interior do município de Campo Grande (MS), cerca de 25 km distante da cidade.

Os saltos foram assistidos por ex-integrantes do grupo, como o Suboficial Alédio de Souza Gago, 75 anos. Os velames abertos no céu o fizeram recordar de um episódio na década de 70, quando ele saltou numa pista desativada, carregado com armamento e ferramentas, como motosserra, para remover as árvores. Mais tarde, o local foi usado para dar apoio às equipes que construíram trechos da rodovia transamazônica.

Modalidades de salto - Cada modalidade é indicada para uma determinada situação. O salto semiautomático - mais conhecido como salto gancho, é usado para lançar tropas em grande quantidade rapidamente e numa área mais aberta. Tem esse nome em função do gancho que prende o paraquedista ao cabo de aço no interior da aeronave. Ao saltar, a fita aciona automaticamente a abertura do velame. A saída do avião é realizada a mil pés (300 metros).O mestre de salto precursor informa a direção e velocidade do vento à tripulação  Agência Força Aérea/Ten. Enilton

Com o avião a baixa altura, cabe ao mestre de salto precursor, em terra ou no ar, orientar a rota da aeronave e comandar o momento da saída do avião. O Sargento Wendel Sampaio, desde 2005 no Para-Sar, é qualificado para isso. Ele tem o título de mestre de salto precursor, um dos cursos de carreira para quem integra o grupo.

No salto livre, realizado entre 10 e 12 mil pés (cerca de 4km de altura) a função do Sargento Sampaio é informar a tripulação do avião sobre a velocidade e intensidade do vento no chão. Para isso, além da biruta, ele usa um equipamento chamado de anemômetro.  Dentro do avião, o meste de salto usa essas informações além das repassadas pela tripulação, para calcular o momento mais oportuno para o lançamento. É ele também quem organiza a abertura dos vários paraquedas que estão no ar ao mesmo tempo. Cada paraquedista recebe a informação sobre em qual altitude deve acionar a abertura do velame, que neste caso, é mais amplo e com capacidade de carga entre 210 e 260 quilos, em média.

O tandem é usado para levar médico, por exemplo, à área de resgate  Agência Força Aérea/Ten. EniltonO salto livre é usado para acessar áreas de difícil acesso. O paraquedas tem mais navegabilidade, ou seja, o paraquedista consegue “dirigir” para onde ele quer pousar. No resgate do voo Gol 1907, em 2006, foi assim que os homens do Para-Sar conseguiram acessar a área no meio da mata no Pará. Eles desceram de paraquedas para abrir uma clareira. Só então o helicóptero pode pousar.

São poucos os especialistas em salto duplo ou tandem. O único curso desta modalidade nas Forças Armadas é ministrado pela FAB. Para se candidatar, o militar precisar ter pelo menos 250 saltos com aproveitamento muito bom. O tandem é usado para levar um outro profissional, como médicos que não tem essa habilidade, a locais de difícil acesso. “Somos responsáveis por outra vida”, explica o Capitão Fábio Hékel.