MISSÃO DE PAZ

Soldados da Academia da Força Aérea embarcam para o Haiti

Publicada em: 23/05/2013 15:55
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Fonte: SCS-BINFA/AFA

Após rigoroso treinamento de cerca de quatro meses, dois soldados do Batalhão de Infantaria (BINFA-84) da Academia da Força Aérea (AFA) embarcam no dia 28 de maio para integrar o efetivo da Missão das Nações Unidas para Estabilização no Haiti (MINUSTAH), que tem por objetivo a reconstrução e a manutenção da paz naquele país.

Os militares irão participar diretamente em diversas missões de segurança, como patrulhas em áreas de risco, e também de ajuda humanitária, como a entrega de alimentos em escolas e visita a orfanatos. “As visitas em orfanatos e escolas ajudam as crianças a se sentirem um pouco melhor em um ambiente vulnerável, o que traz confiança da população nas Forças Armadas e maior cooperação no trabalho”, conta Caio Bueno, de 22 anos, ciente da importância do trabalho que irá exercer em breve.

Bruno Sarayba, também de 22, se sente preparado e não esconde o orgulho de fazer parte da tropa das Nações Unidas. “Ir para uma missão de paz é algo muito importante. Estou ansioso para chegar, ver como é e fazer aquilo que fui treinado para fazer”, disse.

Os militares, todos voluntários, foram selecionados após rigoroso processo, que levou em conta o conceito disciplinar, o condicionamento físico e o desempenho dos soldados nas instruções e missões do dia a dia na AFA. Depois, integrados ao Batalhão de Infantaria de Força de Paz do 18º Contingente Brasileiro (BRABAT 18), passaram por um programa de treinamento que começou em janeiro deste ano e terminou no início de maio.

Conheça o treinamento
Primeiro a equipe selecionada recebeu instruções no Instituto de Medicina Aeroespacial (IMAE), em São Paulo, onde aprendeu diversas técnicas que serão úteis durante a missão no Haiti, como cuidados com hipertemia, transporte e socorro de feridos, lesões vitais, curativos, queimaduras, afogamentos dentre outras. O treinamento na área da saúde foi dividido em três fases: aulas expositivas teóricas, exercícios práticos com a intervenção dos instrutores e, por último, exercícios práticos sem os instrutores, visando uma simulação mais próxima do real em uma situação de conflito com feridos.

A preparação final aconteceu em Cuiabá (MT), com duração de três semanas entre abril e maio, e reuniu todos os integrantes BRABAT 18. A primeira semana foi voltada às medidas administrativas, revisão de instruções e padronização de procedimentos. Os militares aprenderam sobre regras de engajamento e código de conduta das Organizações das Nações Unidas (ONU) para as Missões de Paz; estudo do Creole, idioma falado no Haiti; prática de tiro com armas não letais; simulação de missões em ambientes de desastres naturais; e primeiros socorros e atendimento pré-hospitalar.

Em seguida, o contingente realizou o Exercício Básico de Operações de Paz, sob a coordenação da 13ª Brigada de Infantaria Motorizada e do BRABAT 18. Nessa etapa, a tropa executou diversas oficinas de instruções, desempenhando ações similares às que estão sendo executadas pelas tropas brasileiras no Haiti.

Ao final, realizaram o Exercício Avançado de Operações de Paz (EAOP), em que todo o Batalhão, inclusive o comandante e o Estado-Maior, foram avaliados na execução de diversas simulações. O exercício foi coordenado e aplicado pelo Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil (CCOPaB).

BRABAT 18
A tropa do BRABAT 18 é formada por 856 militares do Exército Brasileiro, 244 da Marinha do Brasil, 34 da Força Aérea Brasileira, 34 do Exército Canadense, 31 das Forças Militares do Paraguai e um do Exército Boliviano, totalizando 1.200 militares. Todos são voluntários e passaram por criteriosa e rigorosa seleção em suas unidades militares.

Atualmente é realizado rodízio do contingente das Forças Armadas brasileiras e em médias os militares ficam de 6 a 8 meses na missão. Desde 2004, o Brasil lidera a força militar na missão das Nações Unidas no Haiti e nesse tempo mais de 20.000 militares brasileiros já passaram pela missão.