Dia da Aviação de Patrulha

Ordem do dia (22 de maio)

Publicada em: 21/05/2012 16:52
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Fonte: COMGAR

Após o início da Segunda Guerra Mundial, nosso país viu nos idos de 1941, que o ir e vir da cabotagem brasileira não mais ocorreria sem sofrer as consequências do terrível embate que se desenrolava, de forma cruel e insana, nos campos europeus. O medo e o terror passavam a fazer parte da rotina de ataques que ceifavam vidas de inocentes brasileiros.


O sofrimento de nossos compatriotas e as limitações impostas à nossa frota comercial marítima estimulou o surgimento do espírito aguerrido e nacionalista, deixando para trás a postura de neutralidade, e norteou os patrulheiros de então na proteção das embarcações mercantes na costa do Brasil.


Naquele contexto, as variáveis eram de difícil domínio, já que não havia equipamentos ou treinamentos específicos para enfrentar as ameaças existentes sob as águas dos nossos oceanos.


No entanto, o ímpeto de amor ao país e a vontade incondicional de superação proporcionaram, em 22 de maio de 1942, apesar das condições desfavoráveis, o batismo de fogo da Força Aérea Brasileira.


A salva de bombas de 100 libras despejada pela aeronave B-25, pilotada pelos Capitães Aviadores Affonso Celso Parreiras Horta e Oswaldo Pamplona Pinto, tendo como instrutor o Primeiro Tenente Aviador Henry B. Schwane, da USAF, causou danos ao submarino italiano Barbarigo e consolidou o início das vitórias da Aviação de Patrulha Brasileira.


A consciência da importância do mar brasileiro ampliou-se a partir do período da guerra, passando o dinamismo operacional, a ser a característica marcante desta Aviação, sempre norteando o emprego tático de nossas aeronaves de Patrulha.


E, já na década de 50, fruto dessa consciência, a Aviação de Patrulha empregava o P-15, uma das aeronaves mais modernas existentes e com grande potencial bélico, denotado nos seus quase 20 anos de operação em nossa Força Aérea.


A desativação dos P-15 no início da década de 80 não esmoreceu o ânimo da Patrulha, que validou a tecnologia nacional instalada nas aeronaves P-95.


Neste período, a aplicação dos conceitos da guerra eletrônica, ganhou espaço no universo doutrinário da Força Aérea Brasileira e permitiu que, nas décadas de 80 e de 90, a plataforma d`armas Bandeirulha tivesse os seus limites testados nas mais variadas operações desenvolvidas pela FAB.


Sim, a versatilidade na utilização de sensores passivos e ativos mostrou que a Aviação de Patrulha teria o seu espaço garantido em qualquer cenário de interesse.


Missões de Inteligência Eletrônica nas fronteiras, de Posto de Comunicações no Ar em operações conjuntas, de Patrulha Marítima e de Busca e Resgate sedimentaram a capacidade multimissão dos vetores de patrulha e de suas tripulações.


Em meio a esse turbilhão operacional, o estratégico projeto P-3 ganhava força. Sua entrada em operação em 2011, ocupou um espaço vital na defesa dos interesses do Brasil, no momento em que a importância do mar brasileiro cresce exponencialmente pelas riquezas do pré-sal. Sua capacidade operacional preenche o óbice deixado pela desativação da aeronave P-16, que afastou a Patrulha do cumprimento das missões antissubmarino.


Não há como deixar de destacar a amplitude e a capacidade do poderoso P-3AM, plataforma que resgatou toda a versatilidade operacional no Teatro de Operações Marítimo, que explora, profundamente, todo o espectro eletromagnético e que vasculha as profundezas marítimas, resgatando o exercício da dissuasão no cumprimento de missões contra os submarinos, a mais letal das armas navais.


A capacidade dos sensores aeroembarcados apresenta um desafio para os patrulheiros da modernidade. Incorpora-se, no universo operacional dessa nova aeronave, a capacidade de imageamento e de sensoriamento marítimos, além da segurança em suas comunicações. Tais capacidades garantem, sem sombra de dúvidas, um patrulhamento na vanguarda mundial.


Por outro lado e além da realidade do projeto P-3AM, que já conta com aeronaves prontas para o emprego em cenários até então inimagináveis, aguarda-se também o incremento operacional, fruto da modernização dos P-95B que, em curto prazo, disponibilizarão uma aviônica de primeira linha, além de um radar Seaspray, equipamento compatível com as necessidades do controle do tráfego marítimo brasileiro e que, certamente, substituirá o vitorioso Supersearcher, que tão bem serviu aos interesses da Aeronáutica e da Marinha do Brasil.


Patrulheiros, a história enche de orgulho e de esperança a todos aqueles que escolheram a motivação e o profissionalismo em um cenário operacional caracterizado pelo azul do céu que se soma ao azul do mar.


Os desafios são estimulantes e motivadores! Somente a sinergia do espírito de comprometimento e de equipe, que norteia a atuação das tripulações de Patrulha, pode garantir a exploração máxima do potencial desses vetores em prol dos interesses do Brasil.


Os valores que balizaram o ímpeto de nossos antecessores OLIMPUS, PHOENIX, NETUNOS e CARDEAIS pulsam acelerados em nossos corações. Por isso, nessa data de reflexões e que marca os 70 anos do ataque ao submarino Barbarigo, os patrulheiros de ontem, de hoje e de amanhã podem ter a certeza de que ao inimigo será negada a furtividade para sobreviver.


Em qualquer lugar, em qualquer profundidade, com qualquer frequência e a qualquer distância, os ouvidos e os olhos da Patrulha estarão atentos e seremos capazes de impedir ações inimigas, fazendo valer os interesses do Brasil em prol de nossa soberania.


SALVE A PATRULHA!
SALVE O BRASIL!
 

TEN BRIG AR NIVALDO LUIZ ROSSATO
COMANDANTE-GERAL DE OPERAÇÕES AÉREAS