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Trabalho de capelães militares conquista fiéis dentro e fora dos muros dos quartéis

Publicado: 2015-08-04 07:30:37
Dedicação e carisma atraem fiéis para capelas militares em todo o País

  Com carisma, alegria e bom humor, o Padre Valmir Silvano mudou a rotina da capela Nossa Senhora das Graças, localizada na Vila Militar, próxima à Base Aérea do Galeão (BAGL), unidade para a qual foi designado em 2013. Das 30 pessoas que costumavam frequentar as missas aos finais de semana, a capela passou a receber 400, muito além da capacidade de 100 lugares. “Eles assistem pelas janelas laterais”, relata o Tenente Valmir. Para acomodar os 5 mil participantes, a missa de 30 de julho foi transferida para a Quadra da Escola de Samba da Ilha do Governador.

O padre segue a sugestão do Papa Francisco que recomenda métodos criativos para atrair os fiéis. “Levo muita música e um bom conteúdo. Para tocar o coração, é preciso ser acessível e moderno”, relata. Valmir acredita que o fato de também ser militar facilita no contato com a tropa. “Por fazer parte deste mundo, fica mais fácil para entender os desafios e aconselhá-los. Adotar a mesma linguagem também ajuda.”

Integração com a sociedade


Em Pernambuco, o Padre Joselito Freire também revolucionou. Designado em 2004 para a capela Nossa Senhora do Loreto, investiu no trabalho além dos muros da Base Aérea do Recife (BARF). “Comecei a fazer palestras nas comunidades e visitas nas vilas militares. Também celebrava missas em outros bairros e sempre convidava para conhecer a capela da Base”, afirma Joselito ao descrever o início do trabalho. Formou pequenos grupos de evangelização, reflexão na bíblia, além de promover encontros de casais e famílias. Os civis foram chegando, os militares também e depois as famílias. “A capelania militar passou a ser uma forma de integração entre a sociedade e as Forças Armadas”, afirma. Hoje são realizadas quatro cerimônias aos domingos. Mas é no louvor realizado nas noites de quarta-feira que o público é recorde. O evento reúne 2 mil pessoas e teve que ser transferido para a capela do clube. “Ele faz com que a família participe junta da celebração”, destaca a empresária Sandra Romeiro, que frequenta a capela há nove anos, sobre o diferencial do trabalho do padre.

Orientação espiritual

Os capelães têm um papel importante na caserna, que é a orientação espiritual. “Procuramos servir nas dificuldades do dia a dia, escutar e levar consolo”, explica o Pastor Paulo Albrecht que trabalha no Sétimo Comando Aéreo Regional (VII COMAR), em Manaus (AM). O pastor afirma que no ambiente militar a variedade de contextos e de experiências é maior do que numa igreja local. “A sensibilidade pastoral precisa estar mais aguçada para identificar as necessidades e auxiliar de forma efetiva”, avalia. Para o Sargento Edison Luiz de Oliveira, ir aos cultos virou rotina. Ele era católico e passou a frequentar a igreja evangélica para acompanhar a namorada. “Sinto-me muito acolhido e me identifico com a maneira do Pastor Paulo pregar, que é bem didática”, conta o militar que compara a comunidade da capelania evangélica militar a uma família.

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